segunda-feira, 21 de outubro de 2013

E o mundo acaba assim...

"Todos os dias eu me deparo com algum fim de mundo.
O mundo acaba diariamente. E a culpa é toda nossa. Do nosso
 egoísmo, da nossa maldade, do nosso ego exacerbado e supervalorizado,
 da nossa hipocrisia. O mundo acabou faz tempo. Acabou quando
 deixamos de nos importar com o outro. Quando perdemos a
 gentileza e o respeito pelo outro. Quando torna-se mais importante
 rir do outro do que sentir o que ele sente. E todo mundo, absolutamente
 todo mundo tem o seu quinhão de culpa nessa merda que as coisas
 estão. Está tudo assim, ruim, porque reflete nossa feiura e toda
 a nossa lama. O mundo acabou faz tempo. Acaba todos os dias.
 Nós é que não percebemos porque estamos cegos demais, ocupados
 em julgar ao invés de acolher, entender, respeitar. O verdadeiro
 holocausto vive dentro de nós. E ninguém parece preocupado
 em levantar bandeiras brancas. É bom que saibamos: quanto mais
 egoísmo, quanto mais dedos apontados, mais cruéis e menos
 humanos nos tornamos. E um mundo assim, retrógrado e mau
merece mesmo a extinção. O mundo não. Nós."
(Van Luchiari)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A paz que procuramos...

"A paz que tanto procuramos não está na previsibilidade e na
constância, e sim no reconhecimento de que ambas existem:
nada é previsível nem constante. E isso enlouquece a maioria
das pessoas. Quer dizer que não temos poder nenhum? Pois é,
nenhum. É um choque. Mas o segredo está em acostumar-se
com a ideia. Só então é que se consegue relaxar e se divertir.
Ou seja, a pessoa de mente saudável é aquela que, sabedora da
sua impotência contra as adversidades, não as camufla e sim as
enfrenta, assume a dor que sente, sofre e se reconstrói, e assim
ganha experiência para novos embates, sentindo-se protegida
apenas pela consciência que tem de si mesma e do que a cerca
o universo todo, incerto e mágico. Acho que é isso. Espero que
seja isso, pois me parece perfeitamente curável, basta a coragem
de se desarmar. O sujeito com a mente confusa é um cara
assustado, que se algemou em suas próprias convicções e tenta,
sem sucesso, se equilibrar em um pensamento único, sem se
movimentar. Já o sadio baila sobre o precipício."

(Martha Medeiros)

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Coragem...

"Muita coragem me faltou na infância: até para colar durante as
provas eu ficava nervosa. Mentir para pai e mãe, nem pensar.
Ir de bicicleta até ruas muito distantes de casa, não me atrevia.
Travada desse jeito, desconfiava que meu futuro seria bem
diferente do das minhas amigas. Até que cresci e segui medrosa
para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras
d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais
importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana,
era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de
mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar
helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que
tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina. Coragem,
mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de
profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios,
dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por
um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que
em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe
do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem
para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto ela fortalece
o ser humano. Não subi no barco quando criança – e não gosto de
barcos até hoje. Vi minha família sair em expedição pelo mar e voltei
sozinha pela praia, uma criança ainda, caminhando em meio ao povo,
acreditando que era medrosa. Mas o que parecia medo era a coragem
me dando as boas-vindas, me acompanhando naquele recuo solitário,
quando aprendi que toda escolha requer ousadia."

(Trecho de 'Coragem' - Martha Medeiros no livro "A graça da coisa")

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Desentendimentos...

"A raiz dos desentendimentos é:
Eu tenho razão e você não!
Como seria se fosse o inverso disso?
Você está com a razão, e eu não!
Experimente usar esta tática e perceba
quanta humildade habitará em teu ser
que consequentemente ficará aberto
para a sabedoria superior.
A sabedoria que te fará compreender que estamos
todos como alunos de uma escola evolutiva e
portanto passíveis de erros ou acertos,
onde ninguém jamais será melhor
que ninguém!
(Vivian)