quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Direito de se arrepender...

"Jamais esquecerei a sábia resposta desferida pelo meu pai ao
ser questionado e chamado de louco por ter deixado o filho de quinze
anos fazer a primeira tatuagem. Sem pestanejar meu herói disse:
'Eu deixei, pois todos têm o direito de se arrepender' e aquilo soou como
um tapa estalado na cara besuntada de bronzeador daquela mulher
que perguntou aquilo, pois provavelmente criava os filhos em aquários
e nunca teria coragem de deixá-los arriscar nem mesmo dez passos
para fora da sala de estar. Isso aconteceu há aproximadamente onze
anos e hoje, apesar de eu ter ironicamente me arrependido por ter perpetuado
aquela águia nas costas que hoje mais parece uma pomba anoréxica,
recuso-me a contentar-me com a sensação de dúvida diante daquilo
que eu poderia ter feito e por medo deixei de fazer." 

(Ricardo Coiro)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Pessoas vão embora...

"Pessoas vão embora de todas as formas: vão embora da nossa vida,
 do nosso coração, do nosso abraço, da nossa amizade, da nossa admiração,
 do nosso país. E, muitas a quem dedicamos um profundo amor, morrem. 
E continuam imortais dentro da gente. A vida segue: doendo, rasgando, 
enchendo de saudade… Depois nos dá aceitação, ameniza a falta
 trazendo apenas a lembrança que não machuca mais: uma frase engraçada,
 uma filosofia de vida, um jeito tão característico, aquela peculiaridade da pessoa.
 Mas pessoas vão embora. As coisas acabam. Relações se esvaem, paixonites 
escorrem pelo ralo, adeuses começam a fazer sentido. E se a gente sente com
 estas idas e também vindas, é porque estamos vivos. Cuidemos deste agora.
 Muitos já se foram para nos ensinar que a vida é só um bocado de momento
 que pode durar cem anos ou cinco minutos. E não importa quanto tempo
 você teve para amar alguém, mas o amor que você investiu durante aquele
 tempo. Segundos podem ser eternidades… ou não. Depende da ocasião."
 (Marla de Queiroz)